quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Entrevistando o diretor




Você já se perguntou o que faz um diretor de escola? Eu fiz uma entrevista com o diretor do Amélia Santana Barbosa e pude descobrir outras coisas sobre o nosso temido diretor.

Sobre a experiência? Para mim foi um pouco estranho ser uma aluna fazendo outra coisa ali que não fosse levar uma bronca. Ao invés disso fui muito bem recepcionada e pude conhecer melhor nosso diretor.


Segue a entrevista com Claudio Marcos Ligório:

Blog do Amélia: Qual você julga sua maior conquista no seu período como diretor?

Cláudio: A melhoria da qualidade de ensino na escola; tem oito anos que eu trabalho nesta escola e ela sempre foi tida como referência. Quando eu assumi a direção da escola, a gente tinha muito medo de que as coisas não fluíssem então a princípio nós queríamos manter o que estava bom, e a partir daí conquistar novas melhorias.
Hoje temos uma escola onde os alunos são frequentes, e com certeza é uma escola reconhecida pela comunidade. Eu acho que essa é a maior conquista que qualquer escola pode alcançar. A nossa escola hoje, não fica para trás de nenhuma escola particular em relação ao ensino. Em termos de escola pública, ainda não é o que a gente gostaria de ter, mas dentro da realidade é uma escola muito boa e isso se deve a qualidade de ensino, com certeza. Essa é a maior conquista.


Blog do Amélia: Há quanto tempo você está como diretor do Amélia Santana?

Cláudio: Fizeram quatro anos no dia 27 de maio de 2014.

Blog do Amélia: Como você consegue manter a escola organizada?

Cláudio: Não é fácil, eu conto com a ajuda dos colegas professores, da equipe pedagógica e principalmente com a ajuda dos vice-diretores (Marcelo, Patrícia e Regiane), eles são peças fundamentais pra organização da escola, são presentes e trabalham todos os dias. E eu acredito que minha presença na escola todos os dias faz bastante diferença. Mas essa organização se deve a todos os profissionais que estão aqui, e isso vai desde o “tio do portão” até a direção, então eu não faço o trabalho sozinho, eu conto com a ajuda de todos.

Blog do Amélia: Quais são suas reais funções?

Cláudio: É uma amplitude muito grande, na verdade, diretor de escola, hoje, tem muitas funções. Então eu tenho que dar conta do aluno que está fazendo arte, do professor que faltou, do aluno que está passando mal, do financeiro da escola, do pedagógico; as vezes tenho que ser pai, mãe e psicólogo. Então é uma profissão que exige muito. O ideal seria que o diretor somente administrasse a escola, e que tivesse um departamento de RH para cuidar de alguns assuntos, mas ainda temos essa deficiência.

Blog do Amélia: Antes de ser diretor, você lecionava História no Amélia Santana. Por que você quis ser diretor?

Cláudio: Na verdade eu nunca quis ser diretor. Algumas coisas na nossa vida tomam um rumo diferente dos nossos planos sem que a gente perceba. Geralmente os diretores de escolas públicas já foram vice-diretores, o que não é meu caso, eu saí da sala de aula direto para a direção. Foi meio que uma coisa do destino. Eu trabalho aqui desde 2006, e em 2010 a diretora Ana Lúcia estava para se aposentar, então eu fui convidado para assumir a direção da escola e meio que sem pensar eu disse “eu aceito”. Eu não tinha experiência, mas aceitei o desafio com muito medo. Eu tive que trabalhar triplicado pra provar minha competência e mostrar para as pessoas que poderia dar certo. Na época eu tinha 26 anos e provavelmente fui o diretor mais jovem do Amélia Santana. Eu tinha tudo para dar errado. Mas tudo indica que está dando certo.

Blog do Amélia: Qual é a sua maior dificuldade?

Cláudio: A maior dificuldade que a gente tem é a comunicação. De um lado eu tenho a Superintendência Regional de Ensino, que é representada pela Metropolitana B, e tem demanda de lá para cá (ASB) o dia todo, tem a demanda da família, que muitas vezes não ajuda muito; tem a demanda dos professores, e tem a demanda dos alunos. E no meio de toda essa gente, estou eu, que tenho que mediar e resolver os conflitos. Só que a maioria desses conflitos é causada pela falta de comunicação porque apesar de o homem ter ido à lua, ter o celular, o Facebook, o Twitter, o Whatsapp, algumas pessoas não conseguem resolver suas pendências sem criar tumulto. Então eu diria que a maior dificuldade é a falta de comunicação. É claro que tem outras dificuldades, como: a falta de interesse da família, a tecnologia que dispersa o aluno, a falta de material humano para se trabalhar. Mas dentre todas essas, a falta de comunicação é a que causa a maioria dos grandes problemas da escola.

Blog do Amélia: Qual sua posição sobre o grande dilema dos professores para adequar as aulas de acordo com a tecnologia em que os alunos estão inseridos?

Cláudio: Isso é essencial. Eu concordo que tem que haver essa adequação, mas a gente não dispõe de recursos suficientes e não é tão fácil para o professor, porque qualquer adequação que ele faça, rapidamente irá ficar obsoleta porque a tecnologia está muito rápida. Eu também sei que para o aluno é enfadonho ficar sentado quatro horas e meia ou mais num banco de escola, mas não há muito que se possa fazer.
Eu ouvi uma história que diz que se um homem que viveu há dois mil anos tivesse a oportunidade de conhecer o século XXI a única instituição que ele reconheceria é a escola, porque ela nunca mudou. Então eu concordo que tem que haver uma mudança, mas ainda não existe algo que o professor faça que irá satisfazer o aluno nesse aspecto.

Blog do Amélia: Qual o seu maior sonho como diretor?

Cláudio: Meu maior sonho é ver os alunos que estudam aqui passando em Universidades Federais, tirando boas notas e crescendo profissionalmente. Eu fico muito feliz quando volta algum ex-aluno e conta que passou na federal, que trabalha numa boa empresa e está obtendo sucesso na carreira. E eu sempre ouço essas histórias de sucesso dos ex-alunos. Eu posso dizer que sou um diretor realizado porque as coisas aqui fluem no ciclo normal, que é o aluno receber uma boa aula, tirar boas notas, passar bem no ENEM e ter uma boa profissão. Então o meu sonho tem se concretizado constantemente.





Meus agradecimentos ficam para meu amigo Eduardo Almeida que me ajudou na elaboração das perguntas e ao querido Ligório por ter me disponibilizado tempo e ter respondido a todas as perguntas propostas. Espero que tenham gostado!

Um comentário:

  1. PARABEÉNS PELA ENTREVISTA E PARABENS AO CLAUDIO LIGORIO QUE É UM GUERREIRO.ABRS

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